quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Desabafo... logo existo!

É preciso ter muito bom humor nesta vida! Vejam vocês! Eu vou contar uma história por concretude de um desabafo. Não estamos pensando em lavar roupa suja. Talvez destacar o que é certo e errado em meios termos.

Viajo há quatro anos para Ijuí, em um transporte, dividindo e compartilhando momentos e noites com pessoas de todos os lugares. Viagens que duram cerca de 3h diárias. Lembro com alegria, de quando entrei no ônibus. Aquela cumplicidade entre amigos, fazendo festa, com respeito, amizade e de forma sadia. Não se ouvia reclamações. Éramos pessoas dividindo o mesmo espaço. Estudantes com o mesmo objetivo, enfrentando a estrada, o cansaço e a monotonia.

Com o tempo, as coisas foram se alterando. Novas pessoas entraram para a família do Bus, com é comum a cada semestre. Mas o que deveria permanecer em harmonia, foi dividindo espaços diferentes: frente, meio e fundo. Ora, se todos fizemos parte de um mesmo grupo? Ora se colegas de ônibus estavam ali por um mesmo motivo, correr atrás de seus sonhos, em busca de uma oportunidade profissional? Mas esta divisão não se concretizou por causa das diferenças entre as pessoas. Elas aconteceram por parte de uma minoria. Esta minoria que tenta se fortalecer incomodando aqueles que trabalham manhã e tarde e só possuem como alternativa o espaço a noite para descansar. Uma minoria que se diverte, gozando e falando mal de seus próprios colegas. O que fazer? Como aceitar?

No meu caso, eu procurava manter amizade com todos. Sentava no meio, entre festas e um pouco descanso. Apenas lamentava o que os meus colegas do fundão cantavam aos companheiros do banco da frente: “Vai tomar neste teu c...” O problema é quando a paciência ultrapassa o limite. O que você mais quer é defender o certo do errado. Na verdade eu deixei de ter paciência para pessoas hipócritas e deixei de perder tempo e energia com pequenas contrariedades. O que aconteceu foi uma mudança, ou melhor, o feitiço caiu contra o feiticeiro! (De novo, isso alex? haha!).Por incrível que pareça, os amigos que sentam na frente tomaram conta do cecilhão. São mais alegres e receptivos, e isso acabou incomodando quem por muito inveja. E Inveja é aquele sentimento ruim que impede de ver a luz, o brilho e o talento do outro. Mas como diz o velho ditado: toda ação, tem uma reação.
Mas falando sério, o bom seria se todos estivéssemos na mesma sintonia, festejando juntos e compartilhando quilômetros diários. Mas infelizmente, há pessoas que preferem se dedicar ao egoísmo e a luxúria.

Aos meus colegas e companheiros de verdade do Cecília Tur. Não se preocupam com o sentimento alheio, talvez eles não reconheçam o seu próprio. Não querem ouvir e muitas vezes nem sabem o que falar. Talvez, lá no fundo, pensem estar protegendo-se do "mundo", mas na verdade são algozes de si mesmas. Contribuem para o sofrimento alheio sem que percebam o quanto sofrem e o quanto poderiam ser ajudados se assim o permitissem. Imaginem viver numa sociedade individualista? Digo: Socorro!!!! Parem este ônibus que quero descer!!! Mas e se não pudermos descer?

Juntem-se aos bons amigos, que não dividem apenas um transporte diário. Mas que se cumprimentam, se visitam e se respeitam diariamente. Desçam do muro colegas! Respeitem as diferenças e festejem a vida de forma sadia. Somos todos estudantes, buscando o mesmo espaço na sociedade. Mantenham a integreidade, pois será necessário no dia em que todos vocês erguerão o canudo, e exercerem suas futuras profissões. E para terminar esta crônica em forma de desabafo, deixo uma frase às pessoas que brindam à desarmonia da casa: "Nosso alvo na vida deveria ser não o de ultrapassar os outros, mas o de ultrapassar a nós mesmos". ( Babcock )

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Paciência é uma virtude

Bem vindos à era moderna, onde a paciência nem sempre é uma virtude. A pressa aumenta nas ruas e nas calçadas. Vejo a humanidade colocando tudo em cheque, perdendo seu próprio rumo pelas esquinas. Passos apressados, fugindo do relógio, sem paciência para viver cada dia que passa. Todos os dias da nossa vida, somos testados pela palavra paciência. Literalmente, ela é uma virtude, com a habilidade de suportar determinadas situações ruins esperando o melhor depois.

Há uma semana atrás, no aeroporto de Fortaleza, no Ceará, eu aguardava o vôo 3301 da TAM, marcado para decolar às 16h. Impaciente, como sempre, alguma coisa parecia estar errado. Foi só a moça anunciar que o vôo atrasaria 4h para entrar na maldita inquietação. Aonde estava minha paciência? Ou melhor, a paciência de mais de 100 passageiros? A notícia movimentou a área J do aeroporto de Fortaleza. Era gente gritando, brigando e sapateando. O atraso mudaria a vida de muitas pessoas naquele dia. Eu, por exemplo, perderia a conexão até Porto Alegre, dificultando ainda mais minha chegada a São Luiz, para uma festa no sábado à noite. Assim como os outros perderiam seus compromissos. Uma senhora atrasaria sua viagem de descanso, enquanto um senhor perderia o horário do trabalho. Todos tiveram suas rotinas alteradas. E por conseqüência, a paciência também.

A falta de paciência altera o nosso humor. Depois de perder o avião, muitos de nós ficamos a esperar no aeroporto. A minha, durou 7h. Andava para um lado e para o outro, querendo entender porque aquilo havia acontecido. Tentava justificar a situação pensando: nem tudo pode ser da forma como gostaríamos ou desejamos que acontecesse. Afinal, os imprevistos chegam sem avisar. Mas que nada, as brigas foram inevitáveis. A falta de paciência me levou a discutir com os funcionários da companhia. Tudo em vão.
Agora tentem imaginar a paciência daqueles que passaram a noite inteira no aeroporto. Dormindo sobre as malas, sem conforto algum. Um amigo que estava indo para Bruxelas, teria de agüentar a noite inteira para pegar outro avião na manhã seguinte. Ele me parecia calmo, nenhum pouco irritado. Disse que já era a terceira vez que isso acontecia. “Tinha que ser assim. Estava escrito”, destacava num tom suave, sem lembrar do que a noite lhe reservava.

Do que adianta a impaciência? A vida costuma se repetir entre correrias e imprevistos. Acabamos que agindo de forma insana, sem pensar muito, por impulso, e isso leva sempre a derrota, ao erro e ao sofrimento. Aquilo que independe de nossa vontade, pode ser sanada pela virtude da paciência. Aceitar os problemas é normal, e o melhor a fazer é resolvê-los de uma maneira que não se transforme em problemas futuros. Na hora de esperar, não se aborreça. Aja com autonomia e inteligência. Ficar irritado não vai resolver nada. Seja esperto, paciente, inteligente e correto. A sua saúde agradece.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O feitiço vira contra o feiticeiro



Eu não acho, eu tenho certeza. O feitiço sempre acaba virando contra o feiticeiro. Me desculpem feiticeiros e feiticeiras de plantão, mas aqui se faz, aqui se paga. Este ditado ou frase popular, geralmente usada em várias ocasiões, inspira histórias ficcionais. Muitas delas sobre bem e o mal, caminhando lado a lado. Pois bem, eu não vim até aqui para falar de feitiço inventado com boneco de vodu, velas vermelhas ou com galinha preta. Eu vim falar do que a vida ensina, para aqueles que desejam ou fazem o mal.

Existe uma comunidade no orkut que diz mais ou menos assim. “Tudo que você planta, você colhe.Toda ação, tem uma reação.Quem com ferro fere, com ferro será ferido.O bem que você faz, você recebe de volta e o mal também. Não faça com os outros o que você não quer que façam com você . Porque tudo que vai, volta. Às vezes com a velocidade, potência e intensidade muito maior”. Estas são constatações discutidas por internautas que já sofreram algum tipo de rasteira e deram a volta por cima. Ironia do destino? Justiça? Coincidência? Como explicar? A verdade é que todos nós um dia passamos por situações como essa. Digo, aqueles que não desejam o mal e, por favor, juntem-se a mim.


Desejar o mal pode ser um ato involuntário, principalmente em momentos de raiva e ódio. Diferente do que desejar e praticá-lo diariamente. O bom seria se tivéssemos a certeza que as pessoas que aprontam ou desejam o nosso mal, um dia irão receber uma resposta como troca. Enquanto a certeza não existe, permanece o bom senso em descobri-lo com a vida, vivendo situações que constatam a existência da palavra justiça. A justiça que bateu na minha porta há uns quatro anos atrás, em uma época de carnaval. Havia realizado uma cobertura de fotos para o jornal A NOTÍCIA em diversas páginas, com retratos dos foliões e amantes da festa do momo em São Luiz. Uma bonita cobertura. Depois de uma semana, enquanto redigia uma reportagem, meu chefe chegou até a minha mesa e entregou uma folha impressa, de um e-mail enviado e identificado com Leitor de A NOTÍCIA. Vou tentar transcreve-lo: “Parabéns pela maior cobertura feita pelo jornal. É muito desprezível ver que um repórter destacou apenas nas fotos amigos conhecidos. Percebo que um veículo de comunicação como esse, somando mais de 70 anos está perdendo sua conduta séria”. Jamais vou esquecer daquele dia, porque também foi o dia que meu pai faleceu. Aquele e-mail caiu como uma segunda bomba. Foi um e-mail anônimo, cheio de palavras de ódio, ciúme e rancor, bem maior do que transcrevi. Queria encarar aquela situação como uma crítica construtiva. Mas se tratava de um e-mail anônimo, de alguma pessoa sem coragem e caráter para assumir o que fez.

A minha resposta foi o silêncio. Resolvi ignorar, visto que tinha certeza de ter prestado um trabalho imparcial. No outro dia, a surpresa maior. Meu chefe ficou espantado com tanto ódio vindo daquele e-mail. Meu trabalho foi recompensado e o feitiço virou contra o feiticeiro. Fui efetivado no cargo de repórter, no qual permaneço há cinco anos. Me desculpem feiticeiros e feiticeiras de plantão, mas aqui se faz, aqui se paga. Este ditado ou frase popular, geralmente usada em várias ocasiões, inspira histórias ficcionais. A minha foi real. Plante o bem para colher o bem e estejam preparados para enfrentar o mal que nos cerca diariamente. Visto que a vida nada mais é, do que viver e aprender com cada coisa que acontece.


quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Meu primeiro emprego

Comecei a pegar no batente desde cedo, oficialmente aos 17 anos. Antes disso, fazia uns bicos por aí. Digo, vídeos por aí. Talvez eu tenha me preocupado muito cedo em trabalhar, achando que eu deveria garantir anos de experiência para a minha carreira e também engordar meu currículo vitae. Preocupação que já dura quatro anos. É o tempo de experiência no Jornal A NOTÍCIA, de São Luiz Gonzaga, como repórter e editor.

Em agosto de 2004, ingressei na redação e como qualquer iniciante, achava que em algum momento poderia ser demitido. Era uma neura braba, medonha. Me achava jovem demais e como iniciante, tinha grandes planos de seguir carreira e os medos em torno dela eram inevitáveis. Recordo que na primeira semana, quando fui chamado até a salinha de pagamento, fiquei surpreso, sentindo cheiro de demissão no ar. Recebi o dinheiro e por entendimento próprio tinha certeza que havia sido demitido. Fiquei calado, desliguei o computador e fui embora. Chegando em casa, quase aos prantos (haha, acredite), resolvi ligar para um dos colegas da redação, na tentativa de descobrir o que aconteceu. Foi então que descobri o grande mal entendido. Todos os funcionários de A NOTÍCIA recebem o salário no final da semana.



A partir dali, era hora de aprender a ter mais confiança e exercitar toda esta paixão pela escrita através das reportagens. Jamais imaginei me tornar repórter de um jornal. Meu sonho sempre foi trabalhar com vídeo, criação, imagem, cinema. Mas acabei caindo de pára-quedas no jornalismo. E hoje, devo todas as minhas conquistas a este emprego e aos profissionais que trabalham lá. Me permitam destacar cada um deles. Meus chefes, não são chefes que se encontram por aí, ralhando, dando sinais de autoritarismo ou soberba. Meus chefes são profissionais que te permitem avançar ao lado deles, com liberdade para se expressar, modificar e crescer. José Grisolia Filho e Newton Alvim me acompanham diariamente nesta loucura que é fazer jornal. Acredite, nosso trabalho funciona como uma locomotiva. Precisamos um do outro para funcionar.


Quem conhece a rotina de A NOTÌCIA em véspera de edição, sabe do que estou falando. Somos movidos pelo estresse, pelo cafezinho preto, pela rapidez instantânea. Felizmente, sabemos conduzir com serenidade o trabalho que nos cabe e lidamos com tranqüilidade com os imprevistos que acontecem. Não é atoa que já são 74 anos de trabalho. As lutas diárias da comunidade possuem espaço privilegiado nas páginas do jornal, que assim contribui intensamente com o progresso desta terra. Temos perseguido todos os dias essa isenção. Procuramos controlar nossas paixões, para que o leitor seja contemplado com um relato fiel, sem conduzimos a uma conclusão que desejamos. Hoje somos a empresa mais antiga da cidade e a única de um único dono, fundado por José Grisolia até hoje pertence a sua família.


Me sinto honrado em fazer parte da história de A NOTÍCIA. Essas lembranças e episódios se perpetuarão por outras tantas dezenas de anos. A paixão pela empresa, lembramos através da garra de seu José. As matérias jornalísticas, pela seriedade e entrega do repórter Antônio Correa. As poesias e cultura, através de Jorge Fagundes e outros que partiram. Mas que permanecem entre nós, como o melhor exemplo a pairar sobre este veículo de comunicação.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Aquele compromisso, sem compromisso algum...

Eu poderia passar horas decorrendo sobre os amores que passaram pela minha vida, e mostrar a importância de cada uma delas. Só que imediatamente me veio à cabeça situações em que eu deveria simplesmente guardar na lembrança, ou esquecer, sem ser compartilhado. Afinal, “falar de amor é tão complicado, às vezes você chora, às vezes você ri”, como diz meu amigo Miguel Ruschel em uma de suas composições.


Nós já ouvimos falar de amor em várias versões. Versões que nos afaga, nos complementam, nos agrada, que resistem ao tempo. Amores que são confundidos com paixão, que duram pelo acomodamento, ou que jamais existiram. Falar de amor é tão complicado, se deveria ser a coisa mais fácil a dizer, já que é impossível viver sem um. A verdade é que tudo o que desejamos nesta vida é encontrar um grande amor, que justifique nossas loucuras, que faça o coração bater aceleradamente ou facilmente mude nossa opinião sobre o mundo. O que queremos são paixões que façam a vida valer por um dia ou por uma eternidade...

E este exercício de amar, nos encontra logo cedo. Ainda mesmo sem entender o verdadeiro significado, sua aparição é infalível. Da infância para a adolescência ele já está presente. É o tempo das descobertas e das razões sem fim. Queremos é mais viver aquele amor pensando que será eterno e indestrutível. Corremos riscos e o defendemos até a morte, sem imaginar que um dia ele pudesse acabar. Mas perto do futuro você passa a entender, que o amor tem outros significados. Tem outros caminhos e passamos acreditar que nesta vida não se ama apenas uma vez.

Eu tenho histórias de amor que lembram várias versões. A primeira dela te coloca em terra firme, com os pés no chão, onde você pensa em casar, ter filhos, e receber um salário de 10 mil reais todo o mês. Talvez esta história seja a mais tradicional de todas elas. Ter uma namorada, que faça você pensar em casamento, que fale as coisas corretas, que acerte tudo sobre você. Mas e quando o amor perde a graça? Aí chega o momento de procurar o tipo certo, de pessoa errada. Aquela que vai fazer você perder a cabeça e cometer as maiores loucuras e atrocidades. Aquele amor que vai fazer você morrer por ele, que vai te tirar o sono, o sossego e os pés no chão, mas em troca disso, te oferecerá uma noite memorável. Entretanto, neste amor de ponta cabeças, vão aparecer às diferenças. Programas diferentes e rotinas que não se completam. Aí você vai pensar em encontrar um amor que seja como você. E quando não encontrar, vai se iludir, brigar, reclamar e vai achar que o amor não existe.


E quando menos esperar, quando menos sentir, um outro amor, agora destes de cinema vai balançar a sua vida pela milésima vez. Talvez um amor separado pela distância ou desacordado no tempo. Amores possíveis e amores impossíveis. Amores que começaram em um lugar, e acabaram se reencontrando em outro, trazendo motivo de perfeição, sintonia e vibração. Até a distância aparecer outra vez, voltando à estaca zero.

Amar é um tempo? Uma fase? Como explicar, como entender? Nestas tantas versões que passaram pela minha vida, com amores indo e vindo, a única certeza visível é de ter aprendido com cada um deles. E o que é a vida, mais do que um simples aprendizado?
Hoje, de coração limpo, eu aprendi que amar não basta, é preciso racionalidade. Ele sozinho é insustentável. É preciso convocar uma dose de sentimentos (cumplicidade, sexo, desejo, paci~encia) para entendê-lo. Se todos as paixões acabaram, eu ainda tenho que conhecer o seu verdadeiro significado. Nem que o amor seja aquele compromisso, sem compromisso algum, disposto a te pegar em uma sexta – feira qualquer...

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Onde estão os caras pintadas?

Em uma realidade traduzida pelo pessimismo, a vontade de viver persiste. Embora estejamos habituados a se adaptar a uma época de guerra de valores, onde quase nada é esperança, alguma coisa parece resistir. A política, notoriamente, do qual deveria ser a nossa solução, revela-se como a inimigo número dos brasileiros. Ora ela, que foi feita para governar, democratizar e estabilizar uma civilização. Ora ela, que só traz desgosto quando mencionada. Hoje, muitos poucos querem ouvir falar na política.

Mas como discutir a política é tão chato, imagina repetir o que todo mundo já sabe? Pobreza, desigualdade social, fome, falta de educação e moradia. Reflexo de um país subdesenvolvido? Sim, de governantes que levam dinheiro na cueca, assim como milhares de outros que desviam verbas por interesse próprio? Correto. Isso todo mundo já sabe. Aliás, cadeia que é bom, jamais resolveu a situação deles. Falta de vergonha? Também não. Então, o que fazer? Como agir? Cruzar os braços e ver a vida passar? É o que estamos fazendo, infelizmente.

Entre agosto e outubro de 1992, muitos jovens brasileiros tomaram as ruas das principais cidades para exigir o impeachment de Fernando Collor da Presidência da República. Ficaram conhecidos como caras-pintadas, identificados nas cores verde, amarelo, branco e azul anil, da bandeira nacional. O que tinham em comum àqueles estudantes? Talvez o sentimento de ir às ruas e protestar por um Brasil que também era deles. ”Solução e mudança”,gritavam eles, agindo, como pouco de nós fazemos.


Se pensarmos que a política é regida por um pequeno número de pessoas, fica engraçado imaginar, que este número pequeno de pessoas pode desestabilizar um país. Não quero ser negligente e muito menos generalizar todos os políticos. Ao contrário, quero mostrar que unidos, podemos fazer melhor, exigir melhor. Não falo em partidos, nem muito menos de legendas. Eu falo é do povo brasileiro. Um povo que está calado, desacordado. Brasil, a mostra a tua cara! Brasil, mostre aquela sede de mudança, de justiça e cidadania! Brasileiros, eu pergunto a vocês: onde está aquele povo que foi às ruas exigindo as diretas já? Onde estão os jovens que tomaram às ruas determinando o impeachment de um presidente?


O país não precisa de uma política, apoiado por pessoas como um
uma determinada doutrina, assim como um fiel que segue fervorosamente a sua religião. Precisamos é firmar um compromisso com nós mesmos. De ir às urnas conscientes. De reivindicar o que não foi feito, ou aquilo que foi prometido. Precisamos é acordar todos os dias e fazer jus as nossas reclamações ou críticas. A solução do mundo? Não está na política, nem muito menos em um partido. Se o homem é que governa ele, o controle está com ele e o descontrole também.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O verdadeiro significado da força de vontade

Tudo fica pequeno diante da força de vontade do ser humano. Não a quem há impeça, não há quem a segure. Ela é inexplicável, resistente e sobrenatural. Somente algumas pessoas têm o dom de carregá-la. Pessoas que inconscientemente desenvolvem uma energia capaz de mover montanhas. Uma força dinâmica transparente, que vai crescendo e se fortalecendo até tornar-se inquebrantável.

Após assistir ao show ao vivo de Pedro Ortaça e família, na Expo São Luiz 2008, foi sensível perceber o verdadeiro significado da palavra força de vontade. Quando Alberto, o filho mais novo da família de músicos entrou no palco, ficando diante do microfone, aos olhos de um imenso público, voltado a uma emoção carregada de sentimentos, descobri o quanto o ser humano é apto a derrotar o inacreditável. Para quem não sabe, Alberto foi vítima de um acidente de carro no dia 14 de maio de 2005. Seu caso foi considerado irreversível. Entre a vida e a morte, a família Ortaça travou um período de lutas diárias, carregada de sofrimento e esperanças.

Mas o que salvou Alberto? A ciência e a medicina são consideradas as responsáveis por devolverem a vida ao músico, depois de mais de seis cirurgias. Porém, somente a força de vontade da família permitiu que isso acontecesse. Pedro, Gabriel, Marianita e Rose, passaram por uma prova de resistência. Em um momento de dor, era hora de unir forças e buscar a recuperação. Quando tudo parecia perdido, a família mostrou uma garra em desordem, uma união que nem eles sequer imaginavam que existisse. “Não era hora de chorar. Nós tínhamos que buscar soluções, manter o controle e a família unida”, disse Rose em uma entrevista. Hoje, quando vemos Alberto Ortaça de volta aos palcos, é impossível não se emocionar. Enxergamos uma música cantada com paixão, garra e otimismo. Enxergamos a força de vontade caminhando pelo palco, como o melhor símbolo a pairar sobre a família Ortaça. Visualizamos que aquele afeto e apego, tem mais nomes do que amor à pátria ou ao tradicionalismo. É a união desta família, incondicionalmente retratada na força de vontade de cada um deles.

Exemplos como esses, não são tão difíceis de se encontrar. Luigi Sartori, 10 anos, da cidade de Santo Antônio das Missões, sofria de uma doença congênita degenerativa rara, situação que só podia ser controlada mediante um transplante de medula. Atualmente, ele está operado e quase pronto para levar uma vida tranqüila. Até o ano passado, esta realidade parecia inatingível, uma vez que a chance de encontrar um doador compatível chegava a um em 100 mil, devido à diversidade genética da população brasileira. Arlete, sua mãe, também travou uma batalha contra o tempo. Mobilizou cidades, movimentou pessoas e foi atrás de um doador por todo o Brasil. Era um duelo sem horário para acabar. Noite e dia já não faziam mais diferença. Seu filho era o objetivo maior, meta e seu motivo de viver.

Esta força de Arlete e da família Ortaça do qual estou falando não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável, de superação e otimismo. Eles não se sentiram incapazes de tentar salvar a vida de seus filhos. Foram à guerra e conseguiram vencer. Que isso sirva de lição para todos nós, em qualquer ocasião. As pessoas que acreditam que são incapazes simplesmente nem tentam. Pessoas assim deixam-se levar, vivem à deriva, sem controle, sem metas e sem resultados. Lembre-se sempre, a tua pretensão move mundos, está nela a tua garra, a tua direção. O segredo da força? Está na vontade!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Escolha errada, resultados corretos.

Quem nunca se perguntou ainda criança: “O que quero ser quando crescer”? E quem desta maioria, soube responder a pergunta? A vida ensina a encontrarmos o que realmente nos faz feliz. É o tempo que molda nossos pensamentos e leva a encontrarmos as respostas para perguntas como essas. Aos 17 anos, após concluir o Ensino Médio, temos que assumir a responsabilidade de escolher a profissão que seguiremos pelo resto da vida. Complicado, não? Tão complicado para uma idade em que se tem pouca maturidade e visão de mundo.
E no meio deste bombardeio de informações, onde é preciso estar atualizado e acompanhando esta transição de um tempo para o outro, não queremos ficar para traz e quanto mais cedo na universidade, melhor.




Longe das grandes capitais que oferecessem cursos do meu gosto como Rádio e TV e cinema, tive que optar pela graduação de Publicidade e Propaganda, em uma cidade vizinha. Viajo todos os dias de ônibus até Ijuí para assistir aulas do qual me interesso muito pouco. Não sei se é resultado do cansaço do trabalho diário que carrego ou se é por falta de interesse. A única coisa que tenho certeza, é que se me perguntasse hoje o que quero ser quando crescer? A resposta não seria: Publicitário.

Encontro-me em uma universidade particular e financio metade do curso. Sinto frios na barriga só de pensar que terei anos pela frente após formado, para pagar a outra metade financiada. Vou carregar esta bucha durante dois, três, quatro anos. Se arrependimento matasse, eu não estaria morto, acredite, porque eu não estou arrependido. Embora tenha feito à escolha errada, vejo as várias possibilidades em especializações que a publicidade apresenta, até mesmo na área de TV, rádio e cinema. É por isso que a encaro como uma aprendizagem a mais no meu currículo.


É um investimento alto, audacioso, cruel e causador de insônias. Esta tal de universidade engole grana o tempo todo. Mas se não investirmos em nós mesmos ou apostarmos nos nossos sonhos, a vida não terá a mínima graça. O que vale é arriscar, sem medo!
Afinal, esta escolha errada me levou a conhecer um lado diferente da vida, que talvez eu nunca entendesse. Por elas, passaram pessoas, viagens e conhecimentos que traduzem grande parte de minha ideologia. Escolhas erradas, resultados corretos. Como diz Pedro Bial, “não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida. As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam, aos vinte e dois, o que queriam fazer. Alguns dos quarentões mais interessantes que conheço ainda não sabem”.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Eu já sou tio.... CORUJA!!

Para as crianças o instante existe e a vida está completa. Seus olhares são os mais atentos a qualquer banalidade. E surpreendem-se com qualquer bobagem da vida, gestos, atitudes. Eles são a alegria da casa e nos tornam admiradores por completo.

Aqueles que ainda não sabem, Matheus Duarte Sommer, três anos, é filho da minha irmã Francielle com seu marido André e me fez tio nestes últimos anos. Atualmente eles residem no Estado do Pará, em Marabá e por este motivo costumo dizer que parte da minha vida parece incompleta, com sua ausência. Ficou claro o tio coruja assumido, cheio de saudades e histórias para contar. “Mateka”, como chamamos, é uma criança mais que especial. Juro, não é porque sou coruja. Ele é inteligente, sapeca, risonho e parecido com o tio, óbvio.

Desde o seu nascimento, a nossa família nunca mais foi à mesma. Havíamos perdido há pouco tempo o nosso pai, e aquele presente de Deus, parecia que havia chegado para recobrir a esperança dos nossos dias, unindo ainda mais a família. Admito que desconhecia o papel de ser um bom tio. O que fazer? Como ser? Como Agir? Estava “debutando” e de praxe queria me tornar o melhor tio do mundo, não pelo simples fato de ser o único, mas pela expectativa que me aguardava, e deste amor que já existia, mesmo antes dele existir. Troquei poucas fraldas, mas passei muitas noites em claras.

Engraçado que tudo parecia mais interessante na minha vida. Tinha mais ânimo para trabalhar, ir à faculdade. Aquela experiência única estava me fazendo descobrir as coisas mais simples da vida. Todo dia era uma novidade diferente. As fases do Matheus iam nos revelando experiências fascinantes. Observar seu crescimento, nos permitia gargalhadas intermináveis, momentos de emoção constante e preocupações que nunca terminavam. Sentimentos que até então eu desconhecia como tio. Por ser muito esperto e inteligente, o cuidado era redobrado. Teve um domingo que ele apanhou a chave do carro da mesa, aproveitou que o automóvel estava aberto e resolveu dirigir literalmente. Bateu o carro na parede da garagem e mesmo assim não chorou. Estou até imaginando o Matheus falando daqui alguns anos: “minha primeira batida de carro foi com três anos de idade.


Longe ou perto, continuo o tio coruja e babão de sempre. Quando não nos falamos pelo telefone, tento matar a saudade através das fotos ou dessas lembranças. É notável que os laços continuam firmes. E estes laços jamais serão desfeitos por causa da distância. Eles tendem a ficar mais sólidos com o tempo, como uma prova definitiva e exata de que família é para sempre. Com o meu sobrinho Matheus eu renovo minha esperança e reabasteço minha energias perdidas. Ele é a nossa maior riqueza, a nossa maior herança. Mas como cuidar de uma herança? Geralmente as pessoas desperdiçam, não investem tempo e deixam entregue à sua própria sorte. Se você é tio, tia, mãe, pai, aproveitem o tempo, permitam conhecer suas heranças. As crianças representam o futuro da vida, da paz e a esperança de dias melhores.
Babei?

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O protagonista e seu aniversário

Bem que me disseram que depois dos 20 anos, o tempo passa mais rápido. É como a areia escapando nos vãos das nossas mãos. A gente tenta não se preocupar com o tempo mas é inevitável. Todo ano, é aquela “comemoração”, com gostinho de preocupação. Mas se os anos que passam são bem vividos e se você sente-se protagonista de sua história, o sinal é verde! Avance sempre que puder, lembrando-se de quem você foi no passado, compartilhando o hoje, sem reclamar do futuro. Afinal, o jeito é levar a vida na graça... e relaxar, pois ninguém sairá vivo desta. (que profundo, Oo).

Tem uma frase que é mais ou menos assim: “durante todo o ano, a gente tenta se acostumar com a nossa idade e de repente vem um dia e muda tudo, completamente”. Pois o meu dia chegou. Mudo mais uma vez, agora para a versão 2.2. Mas quem disse que mudar é uma coisa ruim? Eu considero a mudança um avanço dos bons. É sinal de que você vem aprendendo, evoluindo, crescendo e se adaptando. Adaptação para os novos projetos, novos amores, trabalhos e desafios que te esperam. Adaptação é uma coisa que o ser humano consegue lidar, se sentir-se, claro, protagonista da sua história. Pois não adianta ser um mero espectador e ver a vida passar, você será mais uma vítima da depressão e da normalidade. Bebemorar a idade nova ao lado de amigos e familiares é uma coisa fundamental. Então suponho que fazer aniversário não seja tão ruim assim. Sem falar que alguns ainda lembram do presente, embora aja crise econômica, ou desse gesto ter se tornado coisa do passado. Presente é bom, mas comemorar a idade nova na folia e na diversão é muito melhor. Já pensou você sozinho em casa, sem ninguém para comemorar, beber, dançar, conversar... Já pensou? Isso sim seria um dia dramático, pra se olhar no espelho e gritar: to ficando velho e por conseqüência, esqueceram de mim! Mas se você for protagonista da sua história, isso jamais vai acontecer. Acredite!

Idade nova causa dor de cabeça. Nem que seja por dois minutos. O dia pode ser longo ou rápido demais. Nos dois casos, a dor de cabeça vai te pegar da mesma forma, principalmente nesta fase em que somos jovens, cheio de vontade e que estamos dispostos a abraçar o mundo. Paramos por alguns minutinhos para refletir. Coisas boas, coisas ruins. É desta dor de cabeça que estou falando. Fazer aniversário também permite reflexão, bem menos que final de ano ou natal, é claro. Mas consecutivamente é bom refletir, sinal verde, mais uma vez. Acredite, se o dia for longo, você continua espectador. Se já for outro dia, e o tempo passou rápido e você nem notou, considere-se um protagonista.

A palavra protagonista segundo o dicionário Aurélio, é um herói, um ator principal, um herói de novo. Sobre ele a trama é desenvolvida. As principais ações são realizadas por ele ou sobre ele. No entanto, por que falar em protagonista, se o assunto é aniversário? Ou seria o contrário? O importante é chegar à idade nova sentindo-se protagonista da sua história, se deparando com os altos e baixos, agradecendo suas conquistas, oferecendo atenção para os que estão ao teu lado e mantendo a vitalidade de sempre e a alma jovem. Permita-se aprender todos os dias, com humildade e intuição. Avalie se os seus anos estão valendo a pena. Descubra o que aprendeu com o ano que passou. Perdoe, ame, festeje, chore, invente, sorria, grite, seja feliz e viva! Sempre é tempo de mudar. Como disse o eterno Chico Xavier, “embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”. Eu sou protagonista da minha vida, e você?
OBS: Não esqueçam dos presentes!!!!!!!!!!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Era uma vez numa cidade maravilhosa...

Esqueça o que os jornais estão dizendo. Evite os noticiários ruins na televisão, não de bola para o sensacionalismo que insiste em transformar a imagem do Rio de Janeiro em sinônimo de violência e bandidagem. Agora não esqueça, não evite e dê muita bola. Permita conhecer a civilização da cidade maravilhosa. Descubra no carioca, a malandragem que te faça sorrir noite e dia, a hospitalidade que te surpreenda em uma época de guerra de valores, em que tudo é dúvida. Não sei se eu tive a sorte de topar com tanta gente legal, em julho(2007), dezembro a março de 2008, quando estive estagiando no Canal Futura, na capital do Rio. Ou se a estadia na cidade maravilhosa me fez descobrir tanta gente bacana por aí no Brasil. A história começou em julho de 2007, com o Geração Futura. Mas este capítulo fica para uma próxima postagem.

Saudosos moradores do Rio de Janeiro. Basta ouvir as conversas cariocas no bar sofisticado como a do botequim pobre e sujo, por isso mesmo sofisticadíssimo, a do living-room granfa, a da bohemia, a da praia e do agito total da Lapa. É o humor, a graça, a aventura e a saudade a ser lembrado. Aquele gaúcho que chegou para ficar no bairro do Rio Comprido, Zona Norte do RJ, de mala e cuia, sem teto próprio. Claro, porque as possibilidades eram tantas. Fui recebido pela segunda vez com tanta alegria que me senti em casa. De passagem, não queria incomodar ninguém por muito tempo. E como seriam quatro meses morando no Rio, eu necessitava de um teto, é lógico.

Foi então que me instalei em um conjugado, que na minha concepção estava mobiliada a minha espera. Quando cheguei, avistei a peça vazia, sem cama, sem sofá, sem TV, sem nada. Era eu e a peça. À noite e a chuva. A raiva e o riso. E a cidade maravilhosa. Passei uma noite inesquecível. Detalhe: não queria incomodar ninguém. Poderia muito bem ter ligado para os meus amigos. Só que estava achando aquilo divertidíssimo. De verdade, principalmente porque a minha independência gritava. No outro dia, já conhecia a vizinhança e numa boa recepção, em uma semana o meu pequeno AP já estava mobiliado. Eram os cariocas que haviam montado para mim.

Mas esta solidariedade indiscutível não foi somente o que me trouxe até aqui para escrever sobre eles. A boemia, é claro, também nos faz lembrar. Foram tantos finais de semana curtidos nos arcos da Lapa. Aquele som misturado, com todas as tribos e culturas. Dias em claro, nas pedras do Arpoador. Nada mais bonito que aquela vista. Ver o sol nascer nas pedras do Arpoador ao lado de grandes amigos não tem preço. Dormir nas areias de Ipanema depois de uma grande festa, mais ainda! Conhecer o Cristo Redentor, o aterro do flamengo, tomar banho de cachoeira na Floresta Tijuca e vários outros programas como um típico turista . Pular o carnaval na Sapucaí sem ter hora para voltar para casa; E assistir de perto o lindo reveillon em Copabacana, ao lado da carioca que deixou os amigos para mostrar o melhor da cidade em plena virada de ano. Sim, passei o natal e o reveillon sem minha família, mas posso confessar que ganhei uma segunda. Esta galera me acolheu e sou grato a todos vocês. Minha vida inteira em tão poucos dias valeram por momentos que duraram o tempo necessário!

Esta hospitalidade fora do normal, este jeito de levar a vida na graça e na folia, apesar do ritmo frenético e alucinante da cidade, vão ficar guardados na memória. Seus filhos da mãe! Vocês são foda! Só mais uma coisa. Quero deixar registrado a admiração que o povo carioca tem pelo gaúcho. Eles nos admiram pela paixão que temos pela terra, pelas nossas tradições. Muitos deles sonham em morar no Sul. E que esta paixão sirva para o gaúcho admirar o carioca da mesma forma. Cada um de vocês que eu conheci, me fizeram querer e desejar voltar mais vezes ao Rio de Janeiro, seja para passear, morar, relembrar os velhos tempos ou para criar mais um Era uma vez. Filhos da mãe... tenho saudade de vocês! Porra!!


quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Eu faço cinema!

Queria contar nos dedos às pessoas que fazem com paixão e vivem a maior parte do seu tempo dedicados a uma determinada profissão. Eu, particularmente, exerço múltiplas funções. Sou estudante, repórter, editor e aprendiz de cineasta. Esta última, a mais importante, sem sombra de dúvida. Mas prefiro levá-la como atividade prazerosa, do que considerá-la uma profissão. Afinal, fazer cinema é como se fosse um lazer para mim. Poderia deixar de almoçar, sair com os amigos, dormir, beber... para pegar uma câmera e filmar aquela história que projetei na escrita. E esta paixão começou desde cedo. Mas saibam que não se trata de uma paixão passageira, destas de amores que vem e vão ou considerações que se perdem com o tempo. É uma paixão que vou levar para a vida toda.

Faço cinema sim, desde os meus 15 anos. E comecei a gostar desta atividade, quando me tornei fã número da famosa série Scream - Pânico, do mestre Wes Craven. Não é atoa, que o “O Quinteto”, meu primeiro filme e longa - metragem tenha sido inspirado nesta obra. Quero lembrar a todos, que moro na fronteira, bem no interior do RS. Naquela época, em meados de 2002, não existia profissionais da área e as gravações eram todas feitas em VHS. Quando me posicionei frente aos meus colegas e conhecidos, decidido que queria filmar um filme em São Luiz, pode-se imaginar que todos eles não acreditariam que isso seria possível. Louco, sonhador, maluco, desocupado. Do que mais me chamaram? Se você foi um deles, tente me recordar dos tantos nomes.

Na verdade, era uma idéia ousada sim, mas não impossível. O que é impossível?
O jeito foi compartilhar minha pretensão maluca com os amigos mais chegados, aqueles que te acompanham em tudo. Juntamos um boa galera e fomos a luta. De espada a armadura. Com 300 pila no bolso e um cinegrafista de uma pequena produtora, o “Carlão”, fizemos o filme acontecer. Jamais irei esquecer a imensa fila no dia do lançamento, que dobrava duas quadras da praça central de São Luiz Gonzaga. Jamais vou esquecer também das críticas após a exibição, é claro. Eram mais críticas, do que elogios. Foi aí que descobri a dura realidade que acabara de me lançar.

Fiz o segundo filme, “Jovens em Pânico”, uma seqüência de O Quinteto, resguardando os sobreviventes do primeiro filme nesta continuação. Agora, com duas produtoras envolvidas e mais gente no elenco. É claro que depois do primeiro, as pessoas viram que a coisa não era brincadeira e que iríamos continuar. Bonito foi ver as crianças e alguns jovens acompanhando a seqüência do filme, querendo saber sobre o futuro dos personagens, se iriam sobreviver ou como iriam ficar. A minha idéia maluca estava dando certo. E deu tão certo assim, que outros aspirantes de cinema começaram a seguir a idéia e a produzir mais filmes na cidade. Surgiram mais longas em São Luiz, curtas em Santo Antônio das Missões e região. Tanta gente querendo aprender o ofício. Magnífico. Fico orgulhoso de ter me tornado o pioneiro do cinema na região das missões ou até mesmo do Sul, se tratando de longa – metragem ou pelo simples fato de ser um jovem.

Tempo passa.. entrei para faculdade de publicidade e acabei aprendendo um pouco da área. Faz sentido, porque é uma profissão relacionada de alguma maneira com o cinema. Me tornei instrutor do curso de audiovisual na cidade, a convite dos coordenadores do Ponto de Cultura e começamos a produzir mais e mais. Agora com muito mais maturidade e idéias elaboradas, visões de mundo e leitura.
Mas aonde eu queria chegar com a postagem de hoje era exatamente no nosso último filho do cinema : “O Caso Sócrates”, um roteiro que havia inscrito há quatro anos e só pude realizá-lo nestes últimos meses. E não é que o projeto engavetado saiu da gaveta e rendeu bons frutos? Na última semana, ele foi exibido em um dos mais importantes festivais do Brasil, o 36º Festival de Cinema de Gramado, sendo classificado na mostra não competitiva da AGAUVI. Daria para imaginar?


Isso é só o começo. Temos muito que aprender. As maiores obras pertencem aqueles que se atrevem a passar noites em claras, finais de semana de trabalho e dias e mais dias estudando para ver seus planos se concretizarem. Porque cinema é isso. É envolver pais, amigos, vizinhos, é trabalhar em equipe e valorizar as coisas simples. Inconscientemente todos ao meu redor, fazem cinema . E nada mais gratificante do que você conseguir mostrar que as possibilidades mais impossíveis podem se tornar reais. E eu agradeço à todos aqueles que participaram comigo destes projetos, sem vocês eu não seria nada!
Às vezes, as pessoas não executam algum plano porque imaginam que jamais conseguiriam. Mas a gente pode mostrar exatamente o contrário. Geralmente podemos e tentar fazer é o mínimo que devemos esperar de nos mesmos. Eu faço cinema galeraaa, e com paixão...sempre
!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Tempos de escola...

Atire a primeira pedra quem discorde que os tempos de escola não estão entre os melhores momentos da nossa vida? Os primeiros amigos, os primeiros amores, as primeiras conquistas, dificuldades, lutas, decepções, aquela sensação de liberdade, ou que o tempo parou para você ser quem você quiser, sem preocupação ou compromisso algum.
É claro que nem todo mundo mantém boas lembranças em tempos de escolas. Não é o meu caso. Poderia passar horas descrevendo tudo que vivi desde o primeiro dia que coloquei os pés na escola, até o momento em que recebi o canudo de conclusão. E olha que a gente só guarda na memória as boas lembranças, ou aquilo que nós doutrina como algo marcante e imortal. Como disse um amigo meu, lá do Rio de Janeiro, tentando explicar coisas do tipo: porque o cérebro armazena apenas algumas coisas? A resposta: seja na aula, na rua, no trabalho, ou em uma palestra que você está assistindo. Jamais anote nada em um papel, achando que um dia vai ler para recordar ou se importar. Afinal, é a cabeça que guarda o que achamos importante. E o que é importante, é o que vale para o ser humano. Faz sentido.

Eu, particularmente, sempre fui um tipo de aluno... diferente. A escola inteira achava que eu era um bacaca, metido a besta e filinho de professora. Ahh este “mal eu sofria”, ser filho de professora. Fui condenado até o último dia de aula e as frases martirizadas eram sempre as mesmas: ai, porque ele filho de professora e pode fazer aquilo, ai porque o filho da dona cleni(nome da minha mãe”) tem que ser um exemplo para todos. Coisa da cabeça deles, rs! Odiava ser tachado por isso. Até porque eu poderia me aproveitar desta situação em vários momentos. Mas tava nem aí.. Meus dias de escola eram dedicados a fazer acontecer ao lado dos meus amigos.

Para quem não sabe, Rui Barbosa era o nome da minha segunda casa. Foi ali que aprendi a ser gente. Aos seis, aos sete, aos oito... nesta fase eu conheci os amigos com quem eu dividiria tudo que a infância poderia oferecer de melhor. O quarteto inseparável: Alex, Glauco, Ricardo e Maurício. Impossível não citar o nome de vocês. Desde pequeno nós já éramos líderes natos, movimentando a sala de aula e a escola, com as nossas invenções malucas. Até um casa em um árvore a gente construiu. Isso já aos dez, aos 11, aos 12, o chamado clube “Mortal Kombat”. Jonny Cage era o meu personagem. Ilário!

Não bastavam estas invenções, queríamos registrar nossas idéias e ganhar dinheiro com elas, é claro, através de um jornalzinho estudantil. Lembram? Vendíamos o dito cujo por toda a escola. Às vezes aproveitávamos à boa fé dos professores e a comercialização era feita em horário de aula. Uma gazeação politicamente correta. Depois de jornaleiros, nos tornamos conhecidos por toda a escola. De líder de sala de aula, para integrantes do Grêmio Estudantil, mas isso é outra história...

Aos 13, aos 14, aos 15. Ah..nossos primeiros amores. A primeira namoradinha, as festas juninas e as confusões por causa “delas”. Foram tantas! A turma ia aumentando e o engraçado que a gente nunca se separava. Éramos unidos ao extremo. Mas como nem tudo era pra sempre, os amigos iam se renovando, enquanto outros partiam. Era uma época de descobertas, queríamos experimentar a liberdade e defender nossas idéias a todo custo. Neste tempo, fomos chamados de ovelhas negras da escola. Bardeneiros. Enquanto alguns nos detestavam, outros nos admiravam, ou ficavam na defensiva.

Aos 16, aos 17. Tantas recordações. Queria poder reviver cada uma delas. Quando chegou o terceiro e último ano de aula, parece bobagem. Mas ninguém queria que o ano acabasse. A união da turma 303 não se explica aqui. Só quem foi professor ou integrante desta sala de aula sabe do que estou falando. Não havia divisões de grupos. Éramos amigos para toda obra. Seja para bater panela na frente da escola ou simplesmente para uma festa, um trabalho em grupo.Tempos de escolas são para sempre, se é que esta palavra existe. Em 2010, a turma 303 do qual eu estou falando, estará novamente reunida. A maioria destes ex - alunos estarão com uma profissão engajada, outros com filhos e a maioria com grandes histórias para contar. Nao preciso dizer que será um grande encontro. Ainda bem que existem as fotos, os cadernos, os presentes de recordação de cada época. Mas mesmo se isso um dia acabar, ainda teria o cérebro pra relembrar. Realmente, os bons momentos são bem guardados, não importa o quanto tempo durem. Eles sempre irão existir. Enquanto houver lucidez, é claro!

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Leia isso, antes que termine o dia...

Lamentar o erro ou aprender com ele? Existe uma segunda chance? Sempre há tempo para mudar o rumo da estrada?Quarta - feira eu tive uma briga feia no msn com alguém que eu considerava muito e acabei na frente da televisão, assistindo um filme. Um filme que eu procurava há meses na locadora e substituído por alguns lançamentos, sempre deixava de lado na prateleira. Seu nome: “Antes que termine o dia”.

A história? Emocionante. Ian e Samantha formam um casal feliz e cheio de planos para o futuro. Enquanto Samantha busca demonstrar seu amor a todo momento, Ian procura voltar sua atenção para a carreira e os amigos. Após um dia em que tudo deu, eles terminam o namoro. Entretanto um acidente faz com que a vida deles mude de rumo. E aí? Se uma segunda chance aparecesse para você? Corrigir o passado, fazer tudo diferente, em apenas um dia! Como seria?

Tente se colocar diante desta situação. Veja bem: Se assistisse a probabilidade de não poder ver de novo aquela ou aquele que está sempre ali à sua volta, e que muitas vezes é negligenciado sem que você sequer se dê conta disso. E que amanhã esta pessoa poderia não estar mais ali para ouvir o que você tivesse que dizer. Não falo só da pessoa que você ama. Mas de seus amigos, sua família, ou alguém que faz a diferença no seu dia. Como lidar com esta impotência?

Na vida real meu amigo, não existe uma segunda chance quando se trata de perdas. Depois que elas se vão, o que ficam são as lembranças. Se dar conta, tentar visionar o que está errado. É possível? O ser humano é capaz de perceber os elementos presente no dia-dia. É difícil, eu sei. O tempo corre, você precisa trabalhar, ganhar dinheiro, necessita de presentes, precisa consumir, fazer coisas e mais coisas: tipo assim, viver imerso ao seu próprio umbigo.

Quantos são assim? Ou melhor, quantos de nós já fomos ou continuamos agindo igualmente? Quem sabe pudéssemos fazer valer a pena um dia, mais até que uma vida inteira. Já pensou nisso? Pois bem, me responda uma pergunta: você tem um dia em que possa considerar e valer pelo resto da sua vida?
Antes que termine o dia, pense nisso. Pense naqueles que estão sempre com você. O resto é clichê, o resto é o que você já sabe. Afinal, viver ultrapassa qualquer explicação. Mas e quando não se vive?